Esta semana não está nada fácil para José Luiz Datena. O filho do apresentador, José Luiz Datena Jr., está internado com Covid-19 no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Mesmo assim, o jornalista dedicou um tempo da manhã desta sexta-feira (11), durante a apresentação do ‘Manhã Bandeirantes’, na rádio Band, para agradecer aos fãs que estão orando pelo mais novo.
Durante o desabafo, Datena declarou que se sente envergonhado com o carinho do público, já que o filho está em um dos melhores hospitais de São Paulo, enquanto tantas outras pessoas lutam pela vida aguardando leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em corredores de locais com pouca infraestrutura.
“As pessoas que passaram as mensagens ao meu filho eu agradeço do fundo do coração. Que Deus lhe dê tudo em dobro aquilo que desejou para o meu filho e minha família. Mas eu, sinceramente, me sinto penalizado, às vezes. A gente tem [sorte] porque meu filho está num dos melhores hospitais do Brasil, que é o Sírio-Libanês. Tem acesso a tudo no momento que ele quer, belos médicos e a chance dele sair dessa doença é muito maior do que as pessoas que às vezes não tem um leito para ficar, que nem tem acesso a oxigênio, que estão em aparelhos que podem falhar a qualquer momento”, começou ele.
Na sequência, ele relembrou o passado. “Eu me sinto até envergonhado apesar de pagar os meus impostos, de ser o mais honesto possível com o Estado. Eu também até os 43 anos fui bem pobre. Fui de classe média baixa, fui pobre mesmo. Quando garoto, era bem pobre. Então, até 43 anos, quando eu comecei a ganhar dinheiro, eu enfrentei dificuldades pra caramba e sei como é mais ou menos como é a vida.”
Datena também pediu orações a todas as pessoas que estão enfrentando a infecção pelo novo coronavírus. “Então, eu agradeço a vocês, mas eu gostaria que vocês orassem muito mais ainda, claro, continuem orando pelo meu filho, mas muito mais pelos filhos, pais, mães, irmãos que não tem acesso justo a um sistema de saúde – que deveria ter melhorado, porque foi injetado dinheiro no SUS [Sistema Único de Saúde] por causa da pandemia”, pediu.
Por fim, o jornalista mencionou alguns problemas do serviço público de saúde. “Você ouvia falar de falta de leito no SUS muito antes da pandemia. Gente que morria em corredor de hospital muito antes. [Sobre] o serviço público brasileiro, eu sempre disse: ‘o cara eleito para qualquer cargo [político] deveria ser tratado no SUS porque, assim, iam fazer o SUS ser melhor que os hospitais particulares’. Então, eu agradeço de coração [as orações], mas é uma pena que todo mundo no Brasil não tem direito ao mesmo atendimento que meu filho está tendo”, encerrou.