Formar uma família muito provavelmente faz parte dos sonhos de casais homoafetivos. É o caso de Nanda Costa e Lan Lanh, que surpreenderam ao anunciar que serão mães e estão à espera de gêmeas. A novidade foi revelada ao ‘Fantástico’, no último domingo (28). “Um segredo guardado com muito carinho! Somos 4. Duas Mães e duas filhas”, disseram elas, nas redes sociais.
O ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, que é membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana, afirma que muitos casais homoafetivos estão procurando métodos de reprodução assistida para conseguirem construir uma família. “A gente fica muito feliz em ajudar a realizar esses sonhos”, confessa.
Para a gravidez, a atriz e a percussionista adotaram a fertilização in vitro, procedimento em que se colhe o óvulo – no caso foi o de Nanda -, realiza a fecundação com a inseminação do sêmen do doador anônimo em um laboratório e transfere para o útero novamente. Neste caso, Nanda é quem está gestando as gêmeas. No entanto, existe ainda a possibilidade da gestação ser compartilhada. Isto é, o óvulo ser de uma mulher e o embrião ser inserido no útero da parceira.
Casais homoafetivos femininos ainda podem tentar engravidar pela inseminação artificial. Neste método, o sêmen do doador é colocado diretamente no útero da mulher no dia em que ela estiver ovulando. O especialista destaca que a fetilização in vitro é a única opção para casais homoafetivos masculinos.
E, para isso, é necessário escolher a doadora de óvulos – que deve ser anônima ou da família. Assim, a inseminação é feita com o sêmen de uma das partes do casal. Quando acontece a formação do embrião, ele é transferido para o útero da mulher que gestará o bebê. A gestante tem que ser parente de até quarto grau, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
A IDADE DA MULHER
Na entrevista que deram ao ‘Fantástico’, Nanda e Lan contaram que optaram por tentar a fertilização apenas com os óvulos da atriz, que tem 34 anos, enquanto percussionista tem 53.
Caldeira explica que a idade da mulher é muito importante neste método. “Isso porque os óvulos nascem e envelhecem com a mulher. Eles vão acabando. Após os 35 anos, a qualidade e a quantidade de óvulos começam a diminuir.”
CHANCES DE ERRO
Mesmo dentro da idade que é considerada ideal para o método, as artistas só conseguiram confirmar a gravidez na terceira tentativa.
Entretanto, Geraldo afirma que as chances dos procedimentos de reprodução assistida darem certo são em torno de 60%. “Isso quando as pacientes são jovens. Quando as mulheres são mais velhas, principalmente depois dos 40 anos, essa taxa cai bastante e aí é preciso fazer estudo genético dos embriões. Quando é óvulo de doação, que são de doadoras jovens, a taxa de gravidez é excelente, de 60% a 70%”, diz.
O especialista ainda ressalta que não “existe 100% de gravidez”, nem mesmo na fertilização in vitro. “Esses 30% que dá errado têm que investigar para ver quais são as causas de falha da implantação do embrião no útero.”
VALORES
Para a realização da reprodução assistida é necessário desembolsar uma certa quantia. Caldeira diz que, na fertilização, os pacientes gastam cerca de R$ 7 mil em remédios e mais R$ 14 mil em laboratório.
Esse valor não conta o estudo genético do embrião, que custa mais R$ 2 mil cada. Já o congelamento de embriões, que podem ficar assim por quanto tempo os pacientes quiserem, custa R$ 1 mil por ano.