A plataforma de streaming Globoplay nos dá a oportunidade de rever grandes clássicos da TV Globo, que marcaram épocas na teledramaturgia, sem precisar aguardar a reprise. Afinal, quem não se lembra da morte de Odete Roitman, de ‘Vale Tudo’? Ou dos tormentos de Alexandre, de ‘A Viagem’? A famosa cena de Flora cantando ‘Beijinho Doce’, em ‘A Favorita’? E, claro, não podemos esquecer de Nina mandando que Carminha a servisse, em ‘Avenida Brasil’.
Por isso, AnaMaria Digital selecionou 11 clássicos para você assistir na plataforma, seja por nostalgia ou por vontade de conhecer um pouco mais da teledramaturgia brasileira – uma das mais ricas do mundo. Confira!
1. ‘Pai Herói’ (1979)
Com um Tony Ramos novinho interpretando o protagonista, a trama acompanha André Cajarana tentando elucidar a morte do pai, acusado por roubo de terras e morte de um padre. No Rio de Janeiro, André precisa enfrentar Bruno Baldaracci (Paulo Autran), o principal envolvido na injúria de seu pai e também atual marido de sua mãe, Gilda (Maria Fernanda). Entre as aventuras, ele acaba sendo acolhido por Ana Preta (Glória Menezes), mas vive um amor com Carina (Elizabeth Savalla), bailarina que fugiu do inescrupuloso marido. Quando as coisas parecem dar certo, a moça sofre um atentado e acredita que a culpa foi de André. A partir daí, ele também precisa provar a própria inocência – e acaba descobrindo que o pai não era tão herói assim.
2. ‘Vale Tudo’ (1988)
“Quem matou Odete Roitman?” foi a pergunta do ano de 1988. Apesar disso, a personagem de Beatriz Segall não era a protagonista da novela. Na realidade, a trama perseguia a dualidade entre Raquel Accioli (Regina Duarte), vendedora de sanduíches na praia do Rio de Janeiro, que expandiu os negócios ao ponto de criar uma rede de restaurantes, e de sua filha, Maria de Fátima (Glória Pires), uma jovem ambiciosa que tenta conquistar um casamento com o rico Afonso Roitman (Cássio Gabus Mendes).
Acontece que Raquel começa um namoro com Ivan Meireles (Antônio Fagundes), funcionário da empresa de aviação de Odete e pretendente de sua filha, a alcoólatra Heleninha (Renata Sorrah). A empresária se irrita com a situação e faz de tudo para separar o casal – inclusive pressionar Ivan para subornar funcionários da alfândega do Rio de Janeiro, filmar tudo e começar a chantageá-lo, pedindo que ele se una a filha.
3. ‘Tieta’ (1989)
Inspirada na obra de Jorge Amado, a trama expõe a hipocrisia da sociedade da cidade fictícia de Santana do Agreste. A protagonista, Tieta (Betty Faria), é expulsa de casa pelo pai por causa de seu comportamento liberal, motivado pelas acusações da outra filha, Perpétua (Joana Fomm). Vinte e cinco anos depois, Tieta volta ao local, rica e exuberante, decidida a se vingar da família e das pessoas que a maltrataram – inclusive da irmã, quando se envolve com o próprio sobrinho, o seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), fato que gerou polêmica na época. Atraídos, os homens que a maltrataram na juventude começam a cortejá-la, e ela aproveita todas as oportunidades para tecer suas tramas de vingança.
Além disso, a cabrita se une ao secretário da prefeitura, Ascânio (Reginaldo Faria), para tentar promover a modernização da cidade. Quem se opõe é o Comandante Dário (Flávio Galvão), cuja esposa, Laura (Cláudia Alencar), é a famosa “mulher de branco”, uma “assombração” que vaga pela cidade e ataca os homens à noite.
4. ‘Mulheres de Areia’ (1993)
Se tem gêmeas que estão eternizadas no imaginário brasileiro são Ruth e Raquel, interpretadas por Glória Pires. Afinal, não teve uma novela com esse tipo de enredo que teve mais sucesso que ‘Mulheres de Areia’, de 1993. A trama começa com a volta de Ruth para a fictícia cidade de Pontal D’Areia, noiva de um rico empresário chamado Marcos Assunção (Guilherme Fontes). Raquel, interessada no dinheiro, aplica um golpe para casar com o empresário, se aproveitando da semelhança física com a gêmea.
A história sofre uma reviravolta quando as irmãs sofrem um acidente em alto mar; a doce Ruth acaba sendo encontrada por Tonho da Lua (Marcos Frota), rapaz com deficiência mental que, apaixonado pela amiga, coloca a aliança de Raquel em seu dedo, de forma que ela possa ficar com seu grande amor. Raquel, porém, recebeu a ajuda de um grupo de pescadores, mas se finge de morta e arma um plano para se vingar da irmã.
O papel de Tonho da Lua marcou a carreira de Marcos Frota. O jovem, apesar de amparado por Ruth, sofria muito nas mãos de Raquel e do padrasto, Donato (Paulo Goulart), um homem rude que explora todos os pescadores de Pontal D’Areia e tenta abusar da enteada Glorinha (Gabriela Alves), irmã e protetora de Tonho.
5. ‘A Viagem’ (1994)
Quem não morria de medo de Alexandre (Guilherme Fontes) durante a primeira exibição de ‘A Viagem’ não viveu os anos 1990 direito! No folhetim, o personagem, irmão de Diná (Christiane Torloni), é um jovem delinquente que, ao tentar roubar o cofre do escritório onde trabalha, é pego em flagrante e acaba matando o tesoureiro da empresa. Após ser denunciado pelo próprio irmão, Raul (Miguel Falabella), e pelo cunhado, Téo (Maurício Mattar), Alexandre é preso. Na tentativa de salvar a pele do caçula, Diná tenta contratar o famoso criminalista Otávio Jordão (Antonio Fagundes), que se recusa a atender o caso, considerando que a vítima fora um amigo pessoal.
Condenado e revoltado com seu destino, o jovem comete suicídio na cadeia, jurando infernizar a vida daqueles que julga responsáveis pelo seu fim trágico. Em outro plano, Alexandre é encaminhado para o Vale dos Suicidas, de onde se dedica a tentar prejudicar a vida de Raul, Téo e Otávio. Enquanto isso, entre brigas e desavenças, Diná descobre em Otávio seu grande amor.
6. ‘O Rei do Gado’ (1996)
Bruno Mezenga (Antônio Fagundes), fazendeiro conhecido como ‘Rei do Gado’, é fruto de um amor proibido entre duas famílias inimigas: os Mezenga e os Berdinazzi. Por isso, ele nunca conheceu ninguém da família da mãe; apenas sabe que um dos tios, Geremias (Raul Cortez), tornou-se um rico fazendeiro. O homem solitário, porém, não quer saber do sobrinho; seu único sonho é encontrar Marieta, filha de seu outro irmão, Giácomo, e deixar para ela toda a sua fortuna.
Mas as vidas de Bruno Mezenga e Geremias Berdinazzi mudam completamente com a chegada de duas mulheres: Marieta (Glória Pires), que julga ser a sobrinha desaparecida de Geremias; e Luana (Patricia Pillar), uma boia-fria por quem o Rei do Gado – que vive um casamento fracassado com Léia (Silvia Pfeifer) – se apaixona.
7. ‘Por Amor’ (1997)
O amor de Helena (Regina Duarte) por Eduarda (Gabriela Duarte) é incondicional. Tanto que ela tenta, a todo custo, proteger a filha das maldades de Laura (Viviane Pasmanter), ex-namorada obcecada de Marcelo (Fábio Assunção), seu genro. A mãe do rapaz, Branca Letícia de Barros Mota (Susana Vieira), também não simpatiza muito com a escolha do filho, o seu favorito, porque acredita que mãe e filha são muito “simples”. Essa rejeição só piora quando Helena inicia um romance com Atílio (Antônio Fagundes), por quem Branca é apaixonada desde a juventude.
Felizes com seus parceiros, Helena e Eduarda acabam engravidando no mesmo período, e dão à luz no mesmo dia, hora e hospital. O filho de Helena nasce grande e saudável; o filho de Eduarda, porém, morre horas após o parto. Para piorar, a moça ainda teve de remover o útero por causa das diversas hemorragias que sofreu. Quando fica sabendo da notícia, Helena implora para que o médico, César (Marcelo Serrado), que é apaixonado por Eduarda, troque os bebês. Mesmo com dúvidas, ele acaba consentindo – mas a culpa fará com que ele brigue com a matriarca durante toda a trama. Seu sofrimento, porém, não é nada perto do de Helena, que tem de tratar o filho como neto e observar, dia após dia, a dor de Atílio ao acreditar que o herdeiro morreu.
A trama também conta com o casal Milena (Carolina Ferraz) e Nando (Eduardo Moscovis), um dos mais marcantes da televisão brasileira – que vivem enfrentando as artimanhas de Branca. Há também o drama vivido por Orestes (Paulo José), pai de Eduarda e padrasto de Nando, que convive com o alcoolismo.
8. ‘Chocolate com Pimenta’ (2003)
A comédia romântica, que faz parte do trio de sucessos das seis de Walcyr Carrasco, é ambientada na década de 1920 na fictícia Ventura, uma pequena cidade cuja economia gira em torno da fábrica de chocolates e bolos artesanais Bombom, de Ludovico (Ary Fontoura). A protagonista, Ana Francisca (Mariana Ximenes), é uma menina humilde, ingênua e romântica que, após perder o pai, vai morar em Ventura com uma parte da família que não conhece. Mesmo sendo uma espécie de “patinho feio”, a caipira chama a atenção de Danilo (Murilo Benício), o rapaz mais bonito do colégio e a grande paixão da mimada Olga (Priscila Fantin), filha do delegado da cidade.
Apesar das artimanhas de Olga para impedir o romance dos dois, Ana e Danilo começam a namorar. Para ajudar a família nas despesas da casa, Ana vai trabalhar como faxineira na fábrica de chocolates e conhece Ludovico, com quem constrói uma grande amizade. Mais tarde, ela descobre que está grávida de Danilo. Mas uma armação de Olga e da tia dele, Bárbara (Lilia Cabral), provoca a separação do casal. Ao ver o desespero e o sofrimento da amiga, Ludovico propõe casamento a ela, para dar um nome à criança. A grande reviravolta da novela é quando Ana volta à Ventura, após a morte de Ludovico, com o intuito de se vingar daqueles que um dia a maltrataram. Com um visual sensual, rica e comandando a Fábrica de Chocolates, a moça vai virar a cidade de cabeça para baixo.
9. ‘Senhora do Destino’ (2004)
A icônica Nazaré Tedesco, além de ter marcado qualquer um que assistiu ‘Senhora do Destino’ devido à sua ambição sem limites e seu carisma, também foi revivida em uma série de memes – “o Nazaré confusa”, em que a personagem é cercada por fórmulas de bhaskara, é o mais conhecido. Na trama, a vilã de Renata Sorrah sequestra a pequena Lindalva (Carolina Dieckmann), filha de Maria do Carmo (Susana Vieira), como forma de aplicar um golpe em um empresário rico. A loira fingiu que a menina era fruto da relação entre os dois e exigiu um casamento, conquistando a vida de luxo que sempre quis. Do Carmo, recém-chegada do nordeste em busca de melhores oportunidades no Rio de Janeiro, acaba presa, após bater de frente com a polícia no desespero de encontrar o irmão, Sebastião (Nelson Xavier), seu único contato na cidade. Ela só se dá conta do sumiço da filha quando consegue deixar a prisão. Desde então, faz da busca sua vida.
Com o tempo, a nordestina consegue prosperar com um negócio de construção na baixada fluminense. Graças a ele, Do Carmo pôde criar os outros quatro filhos: Reginaldo (Eduardo Moscovis), Leandro (Leonardo Vieira), Viriato (Marcello Antony) e Plínio (Dado Dolabella). Mas ela nunca esqueceu a caçula. A busca continua, agora acompanhada pela mídia e com a ajuda de seu amado, o jornalista Dirceu de Castro (José Mayer) – que conheceu na prisão -, e do amigo Giovanni Improtta (José Wilker), ex-bicheiro e a figura mais influente na Vila São Miguel, onde mora. Enquanto isso, Lindalva, agora batizada de Isabel, continua sendo criada por Nazaré. Nesse período, o pai adotivo descobre o segredo da esposa, mas antes que possa tomar qualquer atitude, acaba sendo assassinado pela loira. A partir daí, a filha biológica, Cláudia (Leandra Leal), vai buscar investigar mais sobre o passado do pai e sua relação com Tedesco.
10. ‘A Favorita’ (2008)
No começo, ninguém sabia quem era a vilã da história – a novela mostrava apenas a rivalidade entre Donatela (Claudia Raia) e Flora (Patrícia Pillar), ex-parceiras da dupla sertaneja Faísca e Espoleta. Após cumprir uma pena de 18 anos de reclusão pelo assassinato de Marcelo Fontini (Flavio Tolezani), o marido de Donatela, Flora deixa a prisão disposta a provar a sua inocência, acusando a ex-parceira de ter cometido o crime. Ela também tenta se reaproximar da filha Lara (Mariana Ximenes), criada pela rival, fruto da relação extra-conjugal com Marcelo.
Flora, porém, afirma que foi vítima de uma farsa armada por Donatela, a quem acusa de estar interessada na fortuna da família de Marcelo. Segundo ela, a personagem de Claudia Raia teria comprado o depoimento da manicure Cilene (Elizângela), que afirmou que viu o crime acontecer. A história é convincente: afinal, foi com a ajuda de Donatela que a manicure conseguiu montar um próspero negócio. Além disso, Donatela é tida por todos como uma perua arrogante, em contraste com o ar angelical de Flora.
Mas, na realidade, era tudo mentira – Flora foi, de fato, a assassina. A cena em que ela se revela ao público, no final do primeiro terço da novela, é um clássico da dramaturgia. Também ficou marcado o momento em que os personagens descobrem que Halley (Cauã Reymond) na verdade é Mateus, filho perdido de Donatela, que foi sequestrado por Silveirinha (Ary Fontoura), mordomo e ex-empresário das sertanejas. Na ocasião, o ex-empresário solta todo o rancor que sentiu da perua por acabar com a dupla no auge do seu sucesso, e chega a cuspir na cara dela. Para encerrar, Lara ainda atira na própria mãe, Flora. Novelão!
11. ‘Avenida Brasil’ (2012)
“E devia chamar é de vovó! De bisa! Velha estúpida! Cafona! O filho enricou, mas tu nunca deixou de ser camelô! Eu te olho e eu vejo a barraquinha, a lona azul cheia de despertador ali tocando, os pente vagabundo, espelho! Olha o rapa! Corre que o rapa tá chegando, velha!” Dá pra ler isso imaginando a voz de Carminha (Adriana Esteves), na icônica cena em que toda a família de Tufão (Murilo Benício) descobre a verdade sobre a vilã. Não é exagero dizer que naquele dia o Brasil parou; tanto que, até hoje, a cena da perua brigando com Muricy (Eliane Giardini) e reclamando de sua compota de mamão viraliza nas redes sociais.
A trama gira em torno da vingança de Rita/Nina (Débora Falabella), que foi abandonada por Carminha em um lixão logo depois que a loira aplicou um golpe no pai da menina, Genésio (Tony Ramos), e ficou com tudo que ele tinha. No mesmo dia, o artilheiro Tufão (Murilo Benício) acaba atropelando, acidentalmente, na Avenida Brasil, o próprio Genésio. Ao prestar socorro, só conseguiu ouvir do homem o nome de sua mulher. Culpado, o jogador sai em busca da viúva com a intenção de oferecer ajuda. O que ele não sabe é que a ambiciosa Carminha descobre que ele foi o culpado pela morte do marido e vê nele a chance de se dar bem mais uma vez. Com o apoio do amante, Max (Marcello Novaes), os dois se infiltram na família de Tufão, seduzindo tanto o jogador de futebol quanto sua irmã, Ivana (Letícia Isnard). Com a vida estabelecida, ela volta para o lixão pra buscar Batata/Jorginho (Cauã Reymond) – filho que a loira abandonou.
Tudo ia bem até que Rita, já crescida, deixa os pais adotivos na Argentina, assume o nome de Nina e se disfarça como empregada da mansão. A partir daí, ela se dedicará a achar frestas para acabar com a vida mansa da ex-madrasta. A cozinheira só não contava em reencontrar seu amor da infância no lixão, Jorginho.