Agredido pelo jogador Willian Ribeiro durante uma partida da segunda divisão do campeonato gaúcho, o árbitro Rodrigo Crivellaro foi às redes sociais na última terça-feira (19) para protestar contra a decisão que suspendeu o atleta por dois anos. O juiz sofreu lesões na coluna e está afastado dos gramados por três meses, enquanto se recupera.
Para ele, a pena de apenas dois anos é uma vergonha, pois ele poderia ter morrido. “Quem quiser pode me pedir esses vídeos aqui que eu vou mandar e espalhem pelo Brasil, pelo mundo inteiro esse vídeo, porque é uma vergonha”, começou Crivellaro.
“Eu também sou pai de família, também não tenho dinheiro como o cara não tem, que foi o que falaram, que foi o que justificaram. Na psicologia não existe raça, não existe gênero, não existe se é preto, se é branco, se é gordo, se é magro, então é uma vergonha essa lei brasileira. Tinha que ser banido do futebol. Porque eu poderia ter perdido minha vida e não poderia estar aqui agora contando isso aqui para vocês, é uma vergonha a lei brasileira”, completou.
Árbitro Rodrigo Crivellaro acaba de se manifestar sobre a condenação do jogador William Ribeiro a dois anos de suspensão. “Isso é uma vergonha. Eu poderia ter morrido”, desabafa pic.twitter.com/bmtnhVRrx5
— PELEIA FC (@peleiafc) October 19, 2021
LESÕES
Na ocasião, o árbitro foi agredido com um chute na cabeça pelo jogador William Ribeiro, e chegou a ficar desacordado, precisando ser encaminhado ao hospital, de onde teve alta no dia seguinte. Já William foi preso em flagrante pela Brigada Militar e encaminhado a um presídio, onde passou a noite e só foi liberado no dia seguinte. Ele irá responder em liberdade e pode ser indiciado por tentativa de homicídio. Seu contrato com o São Paulo-RS acabou sendo cancelado pelo próprio time.
Em entrevista à TV Globo, o árbitro contou que está com uma lesão na C6 na cervical, uma lesão ligamentar. “Vou ter que usar esse colar durante 90 dias, em casa, sem trabalhar. Se por acaso ocorrer um deslizamento das vértebras eu vou ter que fazer cirurgia. Espero que não, mas se tiver que fazer vai ser bem simples”, afirmou Crivellar.