O escritor Walcyr Carrasco se pronunciou sobre a acusação feita pela atriz Taís Araújo no programa ‘Roda Viva’, da TV Cultura, exibido na última segunda-feira (15).
Na ocasião, a esposa de Lázaro Ramos expôs uma situação constrangedora vivida na época em que protagonizou a novela ‘Xica da Silva’ (1996). Aos 17 anos, Taís se recusou a gravar uma cena de sexo anal para a trama e revelou ter recebido diversas críticas de Walcyr Carrasco e também do diretor da atração, Walter Avancini, por conta da decisão.
Ao portal NaTelinha, o escrito se defendeu, afirmando que nem escreveu a cena descrita pela global. Além disso, ele garantiu que não esteve presente nos estúdios e que escreveu o folhetim usando o pseudônimo de Adamo Angel.
“Portanto, não tinha nenhum contato com os atores, eles nem mesmo sabiam meu nome. Só no final da novela os conheci em uma única passagem pelo estúdio. Nunca soube sequer dessa cena. Eu só escrevia. Mas acho que essa cena nunca existiu, eu certamente não escrevi”, disse o roteirista.
Sobre a entrevista citada por Taís, que o escritor e Walter Avancini deram na época sobre o caso, Carrasco diz não se lembrar: “Juro que não me lembrava dessa entrevista. Mas ela aceitou o papel, convidada por Walter Avancini, onde sabia das cenas sensuais e concordou com isso. Então, não vejo sentido no que ela está dizendo”.
“Eu não estava no set de gravação, não posso opinar sobre pressões que ela alega ter sofrido ou não. Como disse, escrevi a novela com pseudônimo e não estava presente nas gravações”, prosseguiu.
Walcyr ainda lamentou: “Mas não sei exatamente o sentimento da Taís, e lamento muito se ela ficou com uma cicatriz. Dor é dor. Não devo criticar, mas acolher a dor alheia”.
Por fim, o escritor afirmou que não redigiu a cena de sexo anal. “Eu não escrevi essa cena. Na matéria, não disse que ela existiu, mas que ao assisti-la eu entendi que havia uma insinuação”, concluiu.
SITUAÇÃO CONSTRANGEDORA
Taís Araújo expôs uma situação constrangedora vivida na época em que protagonizou a novela ‘Xica da Silva’ (1996), quando foi criticada pelo autor Walcyr Carrasco e pelo diretor, Walter Avancini, por se negar a gravar uma cena de sexo anal na trama.
“No momento em que eu neguei fazer uma cena de sexo anal, Walter Avancini e Walcyr Carrasco foram publicamente dizer que eu estava transformando a Xica da Silva em Maria Chiquinha”, relembrou Tais em entrevista ao ‘Roda Viva’, na última segunda-feira (15).
Zezé Motta estava presente no bate-papo e não escondeu sua indignação ao ouvir o depoimento da colega.“Essa história que você contou eu nunca soube”, disse.
Na trama de 1996, a veterana deu vida à mãe da protagonista – Maria da Silva. Em concordância, Zezé Motta afirmou que já foi erotizada diversas vezes ao longo da carreira devido à pele negra.
O assunto também já havia sido abordado por Zezé através das redes sociais. “O sexo sempre esteve muito presente na minha carreira. Foram inúmeros os papéis onde eu expunha o meu corpo a favor da arte. Nunca vi isso como ser vítima do estereótipo racista que a mulher negra é mais fogosa. Isso é um mito”, desabafou.
Duas gerações de ‘Xica da Silva’, @zezemotta e @taisdeverdade falam sobre a icônica personagem no #RodaViva: “Foi uma mulher fantástica, à frente do seu tempo”. pic.twitter.com/NR4VxbaWbb
— Roda Viva (@rodaviva) November 16, 2021