Lyandra Costa dividiu com os seguidores, no último fim de semana, que está à espera do primeiro filho, José, fruto da relação com o noivo, Lucas Santos. Aos 25 anos, a moça tinha acabado de optar por um método contraceptivo, o Dispositivo Intra-uterino (DIU). O que ela não sabia – e revelou aos fãs apenas na última terça-feira (25) – é que, quando ela inseriu o DIU, já estava grávida. A médica contou ter feito uma série de exames de gravidez antes, mas todos deram negativo.
Em uma sequência de Stories no Instagram, Lyandra explicou que tinha certeza de que não estava grávida. “Fiz inúmeros testes e todos deram negativo. Estava numa janela em que meu Beta HCG ainda estava aumentando, então não ia dar para saber mesmo”, disse. Para quem não sabe, o HCG é uma sigla para o hormônio gonadotrofina coriônica, que só é produzido quando a mulher está grávida ou possui alguma alteração hormonal grave. Por isso, quando há concentração deste hormônio, o exame dá positivo. Por outro lado, o HCG só começa a ser produzido em grandes quantidades seis dias após a fecundação. Caso o exame seja feito antes disso, é possível que o resultado seja um falso-negativo, porque o organismo ainda não conseguiu produzir o hormônio em concentrações suficientes para ser detectável. Foi o caso da filha do falecido cantor Leandro, parceiro do irmão Leonardo.
A jovem ainda relatou que teve sintomas como crises de choro e vômito, mas supôs que se tratava de ansiedade. Na sequência, ela confessou que ficou “desesperada” ao saber que havia colocado DIU já na gravidez. “Lembrei que minha minha menstruação não tinha descido, mas achei que tivesse sido por conta do DIU. Fiz o teste de gravidez e deu ‘grávida’ em menos de dez segundos. Uma semana antes deu ‘não grávida’. Fiquei desesperada, foi um choque. Só pensava que estava com DIU e como aquilo era possível. Eu surtei, foi muito difícil. Fiquei com muito medo. Minha cabeça entrou em pane total. Fiquei louca. Tirei o DIU e graças a Deus deu tudo certo”, completou.
COMO PREVENIR?
De acordo com o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e médico do Hospital e Maternidade Santa Joana, o ideal é inserir o DIU durante o período menstrual, de preferência em dias de fluxo alto, para se ter certeza de que a paciente não está grávida – isso, claro, após os exames padrão: um Beta HCG e um ultrassom.
Todo o cuidado é pouco – afinal, os riscos são muitos. “Quando você insere o DIU e a paciente está grávida, há a possibilidade do dispositivo competir com o saco gestacional dentro da cavidade uterina, e a paciente acabar abortando”, explica Caldeira.
REMOÇÃO
Após identificar uma gravidez, mulheres que tem DIU devem correr para o consultório médico. Por lá, o especialista pede um ultrassom, para detectar a posição do dispositivo em relação ao saco gestacional (primeira estrutura formada no início da gravidez; é a partir dela que se desenvolvem a placenta e a bolsa amniótica). Caso o DIU esteja acima ou ao lado do saco, é indicado não remover o sistema, porque há risco de aborto. Se o DIU estiver mais para baixo, perto do colo, é possível tirá-lo sem ameaças para o feto. Há ainda a possibilidade, mesmo que rara, do próprio organismo expulsar, de maneira natural, o dispositivo durante a gestação.
Nesse sentido, algumas mulheres passam a gravidez inteira com o DIU, mesmo com a chance dele estourar a bolsa – o que pode gerar uma infecção ou um parto prematuro. Assim, o sistema é retirado apenas no parto do bebê. Em caso de parto normal, detalha Caldeira, o médico busca pelo dispositivo com as mãos, através da cavidade uterina. Na cesárea, é mais fácil: como o útero está aberto, é possível ver o DIU com facilidade e removê-lo do corpo da mulher.
E QUEM JÁ TEM O DIU?
Vale lembrar que o método – seja os dispositivos de cobre ou prata, que liberam íons que impedem que os espermatozóides fecundem os óvulos, seja os hormonais, que atrofiam a camada do útero, impedindo a implantação do embrião – são altamente eficazes: apenas uma em cada 100 mulheres acaba engravidando. O DIU só fica atrás dos métodos definitivos, como a vasectomia e a laqueadura.
O acompanhamento médico também é importante – afinal, a maior parte das “falhas” do dispositivo está relacionada com um deslocamento impróprio. Por isso, é preciso ir ao ginecologista fazer uma avaliação pelo menos uma vez por ano. Assim, caso o DIU esteja fora da posição, é possível ajustá-lo, ou removê-lo completamente e, depois, realocá-lo.